Júlio Cesar

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Esta pernambucana de Caruaru, que teve sua gênese criadora no campo artesanal, foi, pouco a pouco, descobrindo-se no campo das artes visuais. Sentiu em si, aquela ânsia pela descoberta de sua própria identidade como ser sensível. Procurou – ainda procura – achou, tornou a procurar; encontrou e tornou a se colocar em busca, o que ao final, se mostrou perene, constante, própria de sua natureza – a marca pessoal do artista, seu processo criativo, sua forma de expressão, que é constante em sua própria fluidez visto que é como a própria vida, mutante, dinâmica. Transitou do estudo e pesquisa da arte

acadêmica ao contemporâneo, experienciando em si, percursos outrora trilhados por artistas de gerações anteriores. Percebemos ecos, em seus trabalhos abstratos, do próprio percurso da arte abstrata brasileira, senão mundial. Suas formas abstratas, sua paleta de cores, texturas, transparências que estabelecem ao apreciador uma conjugação de ritmos, de tensões espaciais, disputas de forças expressivas que nos trazem uma sensação de revisitação criadora, tão própria daqueles que se aventuram a percorrer o mesmo caminho de nossos predecessores. Longe de ser um problema em si,

traz frescor, revigoramento da própria arte, que a cada acréscimo, enriquece-se como a um movimento retroalimentador.