Edna Carla Stradioto

por Werner Krapf – artista plástico, arte-educador e crítico de arte

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Percebe-se na trajetória de Edna Carla Stradioto uma latente necessidade de expressar-se como se fosse uma necessidade premente, quase visceral. Ao descolar-se de seus trabalhos de retratos e adentrar no universo das paisagens, o que toma conta não é a paisagem em si mesma, mas uma sensação que não deixa de se mostrar quase que por teimosia, que é a busca de uma compreensão do objeto em suas mais variadas facetas. Neste sentido, não se admira o quanto de profícuo se fez o tema do capim dos pampas. Sua procura quase obsessiva pelo melhor gesto, pela justeza da técnica... pincel seco... ou pincel molhado... gesto rápido ou lento..., suas escolhas têm relação íntima com suas próprias expectativas no momento do ato criador. É perceptível, ao adentrar em seu universo pictórico, observar uma qualidade muito própria daqueles que se detém na difícil tarefa de expressar-se através da aquarela, que é esta junção tênue entre a sensibilidade refinada, gestos delicados porém precisos, além de uma capacidade imprescindível de criar um diálogo com a própria criação apercebendo-se do momento exato de abandonar a faina criadora visto que esta alcançou sua autonomia descolando-se de seu criador e tomando vida própria. O que encontramos são trabalhos imbuídos de uma beleza inerente de forma dupla, ao próprio objeto, sua qualidade que lhe é própria quanto à forma específica plasmada pela artista, sua escolha, seu recorte, que acaba por trazer à vida imagens de uma beleza plástica sensorialmente poética o que nos faz retornar ao início destas linhas, do desejo, a partir da apreciação de seu trabalho, de tocar com suas próprias mãos as espigas do capim dos pampas, sentindo-lhe sua suavidade e apreciando sua beleza quase etérea. O contato com esta temática abriu-lhe inúmeras possibilidades criativas, de pesquisa de gestuais, de incorporação destes em suas outras intencionalidades criativas extrapolando os próprios limites da representação do objeto avançando por outras paragens – da incorporação dos gestos em suas representações de retratos quanto em trabalhos de cunho abstrato em que a experimentação gestual e colorística se soma agora à sua sempre presente necessidade de expressar-se.

 

It is perceived in the trajectory of Edna Carla Stradioto a latent need to express herself as if it were an urgent, almost visceral necessity. As her takes off from her portrait work and gets in the universe of landscapes, what it takes care of is not the landscape itself, but a feeling that does not let itself show almost by stubbornness, which is the pursuit of an understanding of the subject in its most varied facets. In this sense, it is no wonder how profitable the theme Pampas Grass bas been made. Her almost obsessive searching for the best gesture, for the correctness of the technique ... dry brush ... or wet brush ... fast or slow gesture ..., her choices are closely related to her own expectations at the moment of creative act. It is noticeable, when entering tin her pictorial universe, observing a very particular quality, of those who stop in the difficult task of expressing themselves through watercolor, which is this tenuous junction between refined sensibility and delicate but precise gestures, besides an indispensable capacity to create a dialogue with her own creation, realizing the exact moment of abandoning the creative work, since it has reached its autonomy, taking off from its creator and taking on a life of its own. What is found are works imbued with an inherent beauty in a double way, the object itself, its quality that is proper to the specific form shaped by the artist, her choice, her cut, which ultimately brings to life images of a sensorial poetic plastic beauty, which brings us back to the beginning of these lines, from the desire, from the appreciation of her work, to touch with one own hands the pampas grass spikelets, feeling its softness and appreciating its almost ethereal beauty. The contact with this theme opened to her innumerable creative possibilities, of gestural research, of incorporating these into her other creative intentions by extrapolating the very limits of the subject representation, advancing to other places - of the gesture’s incorporation in her portrait representations, as well in her abstract works, in which the gestural and coloristic experimentation now adds to her ever present need to express herself. The contact with this theme opened to him innumerable creative possibilities, of gestural research, of incorporation of these in her other creative intentions extrapolating the very limits of the representation of the object advancing by other stops - of the incorporation of the gestures in its representations of portraits as in works of an abstract nature in which the gestural and coloristic experimentation has been added to her present need of expressing herself.

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por Werner Krapf - pintor, arte-educador y crítico de arte.

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Se percibe en la trayectoria de Edna Carla Stradioto una latente necesidad de expresarse como si fuese una necesidad urgente, casi visceral. Al desprenderse de sus trabajos de retratos y adentrarse en el universo de los paisajes, lo que cuenta no es el paisaje en sí mismo, sino una sensación que no deja de mostrarse casi por terquedad, que es la búsqueda de una comprensión del entendimiento objeto en sus más variadas facetas. En este sentido, no se admira cuánto de provechoso se hizo el tema del pasto de las pampas. Su búsqueda casi obsesiva por el mejor gesto, por la justeza de la técnica ... pincel seco ... o pincel mojado ... gesto rápido o lento ..., sus elecciones tienen relación íntima con sus propias expectativas en el momento del acto creador. Es perceptible, al adentrarse en su universo pictórico, observar una calidad muy propia de aquellos que se detienen en la difícil tarea de expresarse a través de la acuarela, que es esta ligación tenue entre la sensibilidad refinada, gestos delicados pero precisos, además de una capacidad imprescindible de crear un diálogo con la propia creación percibiendo el momento exacto de abandonar la faena creadora ya que ésta alcanzó su autonomía despegándose de su creador y tomando vida propia. Lo que encontramos son trabajos imbuidos de una belleza inherente de forma doble, al propio objeto, su calidad que le es propia en cuanto a la forma específica plasmada por la artista, su elección, su recorte, que acaba por traer a la vida imágenes de una belleza plástica sensorial, poética lo que nos hace regresar al inicio de estas líneas, del deseo, a partir de la apreciación de su trabajo, de tocar con sus propias manos las espigas del pasto de las pampas, sintiendo su suavidad y apreciando su belleza casi etérea. El contacto con esta temática le abrió innumerables posibilidades creativas, de investigación de gestos, de incorporación de éstos en sus otras intencionalidades creativas extrapolando los propios límites de la representación del objeto avanzando por otras paradas - de la incorporación de los gestos en sus representaciones de retratos como en trabajos de cuño abstracto en que la experimentación gestual y colorística se suma ahora a su siempre presente necesidad de expresarse