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Angela Falcometa

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Angela Falcometa

A artista plástica é natural de Lima Duarte, Minas Gerais, Brasil. Graduou-se em Odontologia pela Universidade Federal de Juiz de Fora/MG, em 1988. Por amor à estética e ao desenho iniciou sua trajetória artística em 1998, como autodidata. Amante de texturas, de uma paleta de matizes marcantes e de fragmentos naturais, a artista desenvolveu um estilo próprio que se fideliza com o expressionismo abstrato e com o informalismo pictórico. 

Em sua obra, estabelece um diálogo profundo com a natureza. Esse perfil é decorrente de sua infância nas cercanias do Parque Estadual do Ibitipoca, com suas exuberantes águas, rochas e matas. Do contato com a terra, com o sol e com as correntezas dos rios, estabeleceu um intenso vínculo do Eu com suas origens; elo marcante entre sua arte e o meio ambiente. A artista eterniza, em suas telas, elementos naturais de nossas riquezas, por meio de texturas e de nuances vibrantes, procura representá-los no imaginário de uma forma única, exclusiva, contemporânea, em uma busca constante da liberdade. Seu fazer artístico enfoca o vasto universo em que estamos inseridos, sua grandiosidade e nossa eterna dependência de sua essência.

Dentro do conceito de sustentabilidade, utiliza extratos minerais e vegetais, despertando, através das texturas, o sensorial. Sua proposta contemporânea é trazer a natureza para o nosso constante olhar, buscando transmitir a relação intrínseca do homem com o seu meio, aproximando-o cada vez mais de seu universo, pela ótica da contemporaneidade.

Sua projeção vem sendo acompanhada de condecorações e premiações. Atualmente, Angela Falcometa integra a Associação Internacional de Artistas Plásticos - AIAP/UNESCO, o Sindicato Nacional dos Artistas Plásticos - SINAP e a Associação de Artes Galego Portuguesa - AAGP.

 

 

 

Perspectiva crítica

 

 

O Abstrato como Expressão, por Oscar D’Ambrosio
 

Cor e textura são as principais formas de expressão da artista plástica Angela Falcometa. O seu trabalho consegue traduzir em imagens um olhar pela força visual da natureza. Desse modo, diversos materiais vão ganhando, pelas tonalidades, vigor, transmitindo uma percepção de mundo regida pela intensidade.

 

O universo que surge é o da percepção dos elos vitais entre a construção, por exemplo, de variadas texturas, com a concepção de uma poética em que a palavra não se faz necessária. Um dos grandes méritos do trabalho da artista está justamente em sua força não discursiva, ou seja, existe a sustentação pelo impacto alcançado pelas imagens.

 

Além do material utilizado, que passa por areia, terra, pigmentos e extratos minerais e vegetais, existe a sólida manifestação de uma espiritualidade no trabalho. A afirmação pode parecer paradoxal, mas se concretiza pelo uso de elementos presentes na natureza para atingir a mobilização interna de cada observador.

 

Do concreto se atinge o abstrato, num movimento marcado pelo apreço ao fazer.  Angela Falcometa atinge, em cada obra, um novo passo, pessoal e artístico, de aprimoramento. Do interior da terra do Estado de Minas Gerais, extrai a força de uma linguagem artística universal, regida pelo saber expressar o interior de si mesma e do universo circundante.

 

  • Oscar D’Ambrosio integra a Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA-Seção Brasil). É doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Mackenzie e mestre em Artes pelo Instituto de Artes da Unesp.

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