Marlus Padovan

​

por Werner Krapf – artista plástico, arte-educador e crítico de arte

Artista autodidata de formação, encontrou no abstracionismo expressionista sua forma

de encontro com a Arte. Linhas e cores, texturas e formas, que se definem a partir da

intencionalidade subjetiva do autor em re-significar sua gestualidade que se mostra

capaz de trazer a si e ao expectador, novas possibilidades de gestar o olhar. Encontra,

na trajetória histórica da abstração, o caldo em que se nutre, trazendo reformulações

imagéticas próprias e re-transformadas em seu próprio percurso poético, na tentativa

de fazer de seu, retirados das obras que gesta e os sentidos que lhes atribui, a sua

própria identidade como artista. O abstracionismo expressionista traz a Marlus, a

possibilidade de estabelecer a ordem ou trazer o caos a partir do uso de linhas que se

entrecruzam ou se alinham, de cores que se mesclam ou estabelecem campos de

tensão espacial nos marcos divisórios que se formam. Ao utilizar-se da revisitação da

action painting, encontra meios de se estabelecer um diálogo profícuo entre a práxis

histórica e a redefinição a partir de sua própria experiência da práxis artística. Marlus,

ao buscar expressar-se através da modalidade artística do abstracionismo, incorre na

aceitação do desafio de encontrar o equilíbrio, não na relação entre figura e fundo,

mas no trânsito sensível e ao mesmo tempo racional dos elementos que compõem a

visualidade na linguagem das artes visuais.